A Nova Jerusalém é um conceito que surge de maneira proeminente no Livro do Apocalipse, o último livro do Novo Testamento da Bíblia. Este livro, também conhecido como Revelação, é uma visão apocalíptica que descreve o fim dos tempos e a consumação final dos propósitos divinos. Segundo esta visão, a Nova Jerusalém representa uma cidade celestial que descerá do céu após o julgamento final e a criação de um novo céu e uma nova terra, como descrito em Apocalipse 21:1-2:
“Vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra haviam passado, e o mar já não existia. Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém, que descia dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu noivo.”
A descrição da Nova Jerusalém é marcada por uma beleza incomparável e uma estrutura gloriosa. O Apocalipse 21:16 oferece uma visão detalhada:
“A cidade é quadrada; o seu comprimento é igual à sua largura. E mediu a cidade com a vara: doze mil estádios. O comprimento, a largura e a altura são iguais.”
As ruas da cidade são de ouro puro, tão claras como vidro, e suas paredes são de jaspe. Em Apocalipse 21:18-21, encontramos uma descrição das características ornamentais da cidade:
“As suas muradas são de jaspe, e a cidade é de ouro puro, semelhante a vidro límpido. As fundações da muralha da cidade estão adornadas com toda a espécie de pedras preciosas. A primeira fundação é de jaspe; a segunda, de safira; a terceira, de calcedônia; a quarta, de esmeralda; a quinta, de sardônica; a sexta, de sárdio; a sétima, de crisólito; a oitava, de berilo; a nona, de topázio; a décima, de crisópraso; a décima primeira, de jacinto; e a décima segunda, de ametista. As doze portas são doze pérolas; cada porta era uma pérola. E a praça da cidade era de ouro puro, como vidro transparente.”
A Nova Jerusalém é também descrita como o local onde Deus habitará com seu povo. Em Apocalipse 21:3, lemos:
“Ouvi uma grande voz vinda do trono, que dizia: ‘Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, e ele habitará com eles. Eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles e será o seu Deus.’”
Nesse contexto, não há necessidade de sol ou lua, pois a glória de Deus ilumina a cidade. Apocalipse 21:23 nos diz:
“A cidade não necessita nem de sol nem de lua para que nela resplandeça; pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada.”
A cidade é caracterizada por doze portas, cada uma feita de uma única pérola, e doze fundações adornadas com pedras preciosas, como mencionado anteriormente. É notável que, em Apocalipse 21:22, é declarado que não há templo na cidade:
“Não vi templo algum na cidade, pois o Senhor Deus Todo-Poderoso e o Cordeiro são o seu templo.”
O simbolismo da Nova Jerusalém é vasto e multifacetado. Frequentemente, é interpretada como a realização plena da promessa de Deus de redenção e comunhão eterna com a humanidade. Em Apocalipse 21:4, vemos a consumação da esperança cristã:
“‘Ele enxugará de seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor. As primeiras coisas passaram.’”
Essa descrição é vista como a perfeita expressão da justiça e da paz divina, uma culminação da história humana e um estado ideal de comunhão eterna com Deus.
A ideia da Nova Jerusalém tem sido abordada de diferentes maneiras ao longo da história, tanto como um lugar literal quanto como uma metáfora para um estado espiritual ou comunitário ideal. Esse conceito central na escatologia cristã tem moldado profundamente a compreensão teológica do destino final da humanidade e continua a influenciar a tradição e o pensamento cristãos de maneira significativa.
- by, Ap. José Barros